Há pessoas, como eu e muitas que conheço, que
são caracterizadas pela sua grande capacidade de resiliência. Temos como arma a
capacidade de nos manter à tona diante das dificuldades e encaramos a
dificuldade como uma aprendizagem.
Sabemos que a imunidade ao sofrimento é
impossível e compreendemos que as tempestades que tornam nossos dias
mais obscuros também são oportunidades para se superar.
A resiliência é um conceito que adquiriu
grande relevância nos últimos anos, sobretudo a partir de perspectivas
como a psicologia positiva que estão mais interessadas em investigar quais são
as características que permitem que as pessoas superem uma
adversidade. Ser resiliente do ponto
de vista da psicologia é ser capaz de enfrentar a adversidade e sair fortalecido. Quando falamos de resiliência, costumamos
pensar em eventos traumáticos como a perda de um ente querido, sobreviver
a um acidente ou a situações de abusos… Mas no nosso dia a dia também ocorrem
situações complexas que temos que enfrentar. Não é preciso ser uma
catástrofe… superar qualquer dificuldade cotidiana como enfrentar as críticas,
conseguir se superar ou começar o dia com um sorriso depois de um período de
tristeza também é ser resiliente. 💪💪
Todos temos as nossas próprias batalhas com as
quais lidar e os nossos próprios recursos para enfrentá-las de uma forma
ou de outra, temos apenas que descobri-los.
Há pessoas que são resilientes porque tiveram
um exemplo de resiliência a seguir, como seus pais, irmãos, amigos, mas outras,
como eu, aprendemos a lidar e a superar as pedras do caminho “sozinhas”:
aprendemos a partir da tentativa e erro, tornamo-nos fortes a partir das
nossas próprias cicatrizes. Isto indica-nos que a resiliência é uma
habilidade que todos podemos desenvolver e, portanto, praticar. Para isso,
é necessário gerir adequadamente os nossos pensamentos e emoções.
Nós, resilientes, temos a capacidade de ser
flexível quando o vento sopra com força. Sabemos que ir contra as
circunstâncias nos fará perder energia e optamos por ter uma mente aberta
diante de opiniões e circunstâncias diferentes.
Nós não nos adaptamos por resignação, mas
sim, porque sabemos que existem outros mundos diferentes que não são
errados só por serem distintos. Nós conhecemo-nos a nós mesmas. Nós sabemos
o que é que nos machuca e incomoda, logo, também sabemos que o suporte
fundamental do nosso bem-estar depende de cuidarmos de nós mesmas.
Sabemos
perfeitamente identificar os nossos pontos fracos, mas também os nossos pontos
fortes para colocá-los em prática quando for necessário.
Usamos a nossa vontade de lutar, a nossa
motivação, o nosso esforço e nossas habilidades como o alicerce para seguir em
frente. Mas, sobretudo, respeitamo-nos a nós mesmas, porque sabemos que ao nos
conhecermos, é o passo fundamental para
crescer e estabelecer relações saudáveis com os demais.
Sabemos que aceitar
é compreender e enfrentar, não nos darmos por vencidos.
Apesar de sermos resilientes, não quer dizer
que não tenhamos feridas (tenho muitas), mas sim que apesar delas, a situação
adversa foi construtiva de algum modo. Nós somos capazes de “aceitar” a
dor, ao invés de mergulhar nela. Sabemo-nos
proteger da dor e se esconder por trás de um escudo, já que fugir afastaria a
possibilidade de compreender o que acontece com ela e de continuar crescendo.
Toda a gente é resiliente, porem, uns mais outros
menos. Muita gente “entrega-se” a cada adversidade da vida, ao invés, de
aprender a lidar com a situação.
A resiliência é a capacidade que nos permite
ser fortes apesar do vento soprar com força, nos adaptando da melhor forma
possível aos solavancos que compõem as perdas, as decepções, os traumas e os
fracassos.
“A água supera tudo porque se adapta a tudo.”
-Lao Tse-
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