terça-feira, 4 de dezembro de 2018

" A única batalha que se perde é aquela que se desiste"


Em Portugal não há pessoas com mobilidade reduzida, há pessoas com mobilidade condicionada pelos indiferentes." 
Não estou presa a uma cadeira de rodas, ela é que me dá a liberdade de andar."
Só se consegue ser um pouco mais feliz com uma cadeira de rodas quando se consegue apaziguar a revolta interior!
À minha maneira, tento ser feliz, não poderia deixar de o ser, apesar de ser uma luta diária que muitas vezes acaba por ser desigual.
Sou normal num país deficiente, um país que não está preparado para nos receber, um pais em que as pessoas olham para nós como se fossemos incapazes de viver ou mesmo uns “coitadinhos”.
Somos maiores que os nossos sonhos, somos maiores que os nossos limites, superamos a nossa força todos os dias a cada segundo.
Em nenhum momento esquecemos os dias/meses que passamos nos hospitais, no Centro de Reabilitação de Alcoitão. Esse Centro que para mim foi e continua a ser uma grande escola, a escola que me trouxe para uma vida nova, cheia de diferenças e de olhares estranhos.

Cá fora a luta diária é constante, ultrapassamos barreiras, criamos inimizades/amizades com as pedras da calçada, conhecemos os passeios e as ruas como se fossem da nossa família.
Há muitos anos que troquei os sapatos pelas 4 rodas para caminhar, bem como as cadeiras do café, bem como o cansaço de estar de pé nas filas para ir a qualquer lado. 
Não somos diferentes, não somos incapazes, somos sim especiais, porque conseguimos ser felizes com aquilo que os outros acham de mau.
A coragem é a ausência do medo!




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