Em Portugal não
há pessoas com mobilidade reduzida, há pessoas com mobilidade condicionada
pelos indiferentes."
Não estou presa
a uma cadeira de rodas, ela é que me dá a liberdade de andar."
Só se consegue ser um pouco mais feliz com uma cadeira
de rodas quando se consegue apaziguar a revolta interior!
À minha maneira, tento ser feliz,
não poderia deixar de o ser, apesar de ser uma luta diária que muitas vezes
acaba por ser desigual.
Sou normal num país deficiente, um país que não está preparado para nos
receber, um pais em que as pessoas olham para nós como se fossemos incapazes de
viver ou mesmo uns “coitadinhos”.
Somos maiores que os nossos sonhos, somos maiores que os nossos limites,
superamos a nossa força todos os dias a cada segundo.
Em nenhum momento esquecemos os dias/meses que passamos nos hospitais, no
Centro de Reabilitação de Alcoitão. Esse Centro que para mim foi e continua a
ser uma grande escola, a escola que me trouxe para uma vida nova, cheia de
diferenças e de olhares estranhos.
Cá fora a luta diária é
constante, ultrapassamos barreiras, criamos inimizades/amizades com as pedras
da calçada, conhecemos os passeios e as ruas como se fossem da nossa família.
Há muitos anos que troquei os sapatos
pelas 4 rodas para caminhar, bem como as cadeiras do café, bem como o cansaço
de estar de pé nas filas para ir a qualquer lado.
Não somos diferentes, não somos
incapazes, somos sim especiais, porque conseguimos ser felizes com aquilo que
os outros acham de mau.
A coragem é a ausência do medo!
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