Se tenho motivos para sorrir, tenho, mas tenho muitos mais motivos para chorar. Tiraram-me a minha independência, passo a maior parte dos dias em casa, conta-se pelos dedos de uma mão as pessoas em quem posso confiar e desabafar. É tão triste quando temos tudo e somos totalmente independentes. Quando acontece o inverso, deixam de aparecer, deixam de falar e acabam por se afastarem. Nem um simples "olá" ou "como estás" me dizem. Sinto-me um fardo, tanto para os amigos,como para a minha família que é "o meu cuidador". Um fardo? Sim, pois dependo deles para tudo. Quando não dependia estava sempre rodeada de "amigos", estava feliz, realizada, amada... Não desejo a ninguém o que tenho passado e continuo a passar. É um fardo muito, muito pesado e difícil de ultrapassar. A solidão cada vez mais anda lado a lado comigo. Vejo a solidão como a água a pingar de uma torneira mal fechada, ou seja, se a água pingar durante um dia, pode encher um garrafão, se pingar durante uma semana já enche vários garrafões se correr durante um mês já não tem conta os garrafões que enche. Assim é a minha solidão, a cada dia que passo, vou enchendo os garrafões e quase me submerge. Cada "pingo" que vai enchendo, é mais notório a minha tristeza, desespero, mágoa, dor, sofrimento, ansiedade, depressão, desilusão, revolta. Só tenho de ir sobrevivendo dia após dia.
Step By Step.
Sem comentários:
Enviar um comentário